Estou para aqui a pensar em como chegámos a este ponto, um país falido, um país sem soberania, um país sem esperança, um país sem rumo certo, em suma, uma nação destroçada, pergunto-me como?
Se há 42 anos éramos um país com vastos territórios, multirracial,
respeitado, financeiramente independente, sem dívida externa, com um crescimento económico efectivo, com melhorias a todos os níveis, desde educação, condições habitacionais, saúde e económicos, pergunto eu o que se passou para depois de todos estes anos a situação ter sido completamente invertida, um grande retrocesso em todos os níveis atrás expostos, bem como, um brutal retrocesso civilizacional, tendo-se perdido muitas das características próprias do nosso povo, entre elas a solidariedade,
ou melhor, a luta pelo bem comum, sim aquilo que elevou esta nação até ao nível de um super estado a principal nação verdadeiramente globalizadora que soube fazer a ponte entre civilizações mantendo a nossa identidade mas respeitando sempre a identidade cultural dos povos dos territórios colonizados, se é que poderemos considerar de colonização o alargar das nossas fronteiras físicas, houve até territórios que foram povoados por nós portugueses, territórios esses completamente desprovidos de vida humana, tais como S. Tomé e Cabo Verde, isto para não falar da Madeira e dos Açores, mas esses são outra história.
Posto isto, pergunto eu, quem ganhou com a Pseudo-revolução?
Na minha opinião todos, se excluirmos:
O povo português.
Os povos das nossas ex-colónias.
A própria humanidade com a abertura de novos territórios à implantação de uma nova ordem mundial.
Todas as vítimas de genocídios nos nossos antigos territórios bem como os que por lá ficaram abandonados à sua sorte vivendo em condições infra-humanas e sem protecção de espécie alguma, neste caso sob o jugo de regimes tirânicos e sanguinários.
E então quem ganhou com a situação?
O grande capital internacional.
Os políticos e as politicas expansionistas ao serviço do grande capital.
Os nossos militares, ou grande parte daqueles que serviram o dito golpe.
A classe política pós 25 de Abril que demonstrou estar completamente ausente do acto da governação, ou seja governaram sim mas para seu próprio proveito esquecendo os propósitos para os quais foram eleitos.
A alta finança, que com a conivência do sistema político e judicial
manobra a seu bel prazer.
Todas aquelas instituições que nasceram como cogumelos ligadas à política e à maçonaria,que dão pelo nome de fundações, fundações essas que não passam de sorvedouros dos dinheiros públicos sem valor prático para a sociedade em geral.
A culpa…
A culpa de toda esta situação reside num só ponto, o povo português, e porquê?
Um povo ausente.
Um povo apático.
Um povo dominado por uma campanha de imbecilização em massa, incapaz de distinguir política de futebol, incapaz de distinguir uma novela daquilo que é a vida real.
Um povo iletrado, analfabeto funcional.
Um povo completamente ignorante em relação a tudo o que realmente se passa à sua volta.
Um povo incapaz de fazer escolhas, como está bem patente nos resultados das eleições, todos criticam, mas ninguém toma realmente atitudes.
Um povo que legitima nas urnas o verdadeiro saque efectuado aos seus próprios bolsos.
Um povo que esquece o futuro dos seus filhos que são o garante da continuação da nossa cultura.
Custa-me dizer, mas será que já não temos gente, homens e mulheres de verdade?, será que se perdeu a nossa herança genética, aquilo que nos distinguia como raça lusitana?, e a tal alma lusitana, onde está?
Há ainda uma réstia de esperança,vamos acordar essas mentalidades, esses cérebros, pôr a cabeça a pensar, fazer o que tem que ser feito.
Refundar e levantar Portugal de novo.
Alexandre Sarmento.